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GABRIELA TOLEDO 

SÉRIE VISTAS ORDINÁRIAS

O ensaio fotográfico “Vistas Ordinárias” dialoga com as contradições do ato de olhar e não ver. Se a contemporaneidade produz uma grande quantidade de imagens instantâneas e fugidias, que são rapidamente e incessantemente substituídas, elas ao invés de produzir uma visibilidade, acabam criando opacidade.

Daí a necessidade de produzir silêncio, espécie de pausa do nosso olhar. Nessa série fotográfica, a pausa é construída pela produção de imagens não nítidas, que forçam, literalmente nossa vista a ver de novo. Se a paisagem é um tema da fotografia desde os seus primórdios, aqui ela não se abre a um horizonte que pretende representar a realidade. É pelos fragmentos do nosso cotidiano ordinário que vou recolhendo e recriando através de imagens borradas e desfocadas, novos sentidos, de uma paisagem urbana sempre afetada pelo invisível.

SÉRIE ARQUEOLOGIA DO DESCARTÁVEL

“Criteriosamente Gabriela Toledo escolhe seus alvos: latas, embalagens, sapatos. Objetos banais, porém onipresentes, como corpo real ou como imagens fotográficas. Objetos que estão  ao nosso dispor e se multiplicam, se renovam infinitamente em lojas, mercados, outdoors e revistas. No entanto, a fotógrafa os registra  em seu estado terminal como fragmentos em decomposição. Utilitários sem uso, que subversivamente não estão no lixo, mas nas ruas.


Assim como Brassai, nos desenhos dos muros de Paris, Gabriela  em sua fotografia torna eterno o estado provisório das coisas. Como Bresson, detecta o momento decisivo a partir do qual o objeto não será mais uma coisa reconhecível.


O diálogo com a tradição é constante em sua obra. Uma fotografia que se manifesta  através da idéia clássica de representação, para conduzir o espectador a reflexões atuais sobre a era da obsolescência. Com técnica fotográfica apurada e olhar agudo, delicadamente em suas tomadas os torna belos, como que devolvendo em imagem uma dignidade perdida, nos remete ao seu passado de objeto útil. Eles não cheiram a morte, mas são contadores da história, vestígios arqueológicos. Lembram vistas áreas, mapas. Em sua apurada escolha, em nada aleatória, nos leva a um olhar de afeto `aquele objeto decrépito”. Denise Cathilina, artista visual e fotógrafa e professora

da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

© 2024 GABRIELA TOLEDO FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

+ 55 21 99002-1995
gabrielatoledo.contato@gmail.com

Rio de Janeiro - RJ 
Brasil

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